Outro dia tive a terrível experiência de ler uma postagem de
Facebook (dessas “copiar e colar”) que eu achei tão ofensiva que tive que me
controlar para não comentar.
No caso eu sei que a pessoa, que é mega legal, não deve ter
pensado na profundidade do que estava escrito antes de postar, então juntei
toda a força do meu ser e simplesmente passei adiante, silenciosamente.
A publicação dizia:
Um brinde a mim mesma, que mudei a minha #CINTURA por uma#BARRIGA , troquei vários pares de #SAPATOS por fraldas e#BRINQUEDOS ...que deixei #NOITES de #ENCONTROS com #AMIGOSpor constantes #NOITES em #CLARO. Que mudei tanto e deixei tudo para receber #AMOR em troca.
Vamos ver quantas #MÃES #ORGULHOSAS copiam e colam no seu mural.#AmoSerMãe....
Vamos ver quantas #MÃES #ORGULHOSAS copiam e colam no seu mural.#AmoSerMãe....
Momento de silêncio por todas as feministas do mundo que
perceberam o que me incomodou.
Primeiro: Fora Temer. Ok, estou zuando (#SQN) . Para começar não transforme uma coisa tão
bonita, profunda e importante como a maternidade em algo opressor! Não propague sua escolha como algo que por si só te torna melhor ou pior que alguém! Isso não é
verdade. Ter um filho não é um “raio magico de transformação em seres humanos
melhores”. Não desmereça sua própria experiência. Como qualquer outra coisa na
vida, só será positiva se você se esforçar para se tornar melhor.
Segundo: Não seja medíocre
ao ponto de generalizar e banalizar escolhas de vida categorizando pessoas que
não fizeram sua escolha (se é que de fato não a fizeram) como pessoas fúteis!
Não gente. Você se tornará mãe! Comece o exercício de ser melhor que ontem não
propagando ideias sexistas e opressoras!! Além de tudo uma mãe pode continuar
sendo vaidosa e gostar de sapatos e nem todas as mulheres que não têm filhos o
fazem por vaidade!
Terceiro: Não
propague o modelo que a mulher, uma vez que se torna mãe, deve deixar de fazer
tudo que fazia e virar essa nova espécime, que vive exclusivamente para seus
filhos, reprimindo qualquer coisas que seja manifestação de sua própria identidade.
Claro que nos primeiros meses de vida o bebê exige cuidados extras. Claro que
um filho tem impacto na vida dos seres humanos. Mas assim como os pais
continuam tendo vida e personalidade, a mãe também deve ter. Para minha alegria eu conheço diversos casos
de mães que continuam existindo como indivíduos e criam filhos saudáveis que
entendem que o mundo não gira em torno deles, prontos para o futuro.
Enfim. Eu entendo que as pessoas que postam isso apenas
querem extravasar a imensa alegria de ser mãe! Parabéns, estaremos sempre na
torcida! Mas, justamente por que como pais estão formando uma criança, é
fundamental tentar ver além! Sejamos críticos e ponderados! É nosso dever como
adultos pensar, refletir e buscar jogar fora o que não deve ser aceito numa
sociedade civilizada e inteligente e propagar o que há de bom e saudável para
mentes promissoras!
Antes de colar, reflita: isso é realmente o que penso? Se
sim, vá em frente. Se não, não faça.
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